alô, amoresssss.
edição de julho? temos. nois capota mas num breca.
a vida tá meio louca e a escrita também. espero que gostem.
um sonho não é um sonho ⦙
bota pra tocar enquanto a gente conversa
dias desses me deparei com as cartas de tarot feitas por Leonora Carrington, muito bruxona mística. amei — sempre fui desse time. rolavam até uns poderes telepáticos quando eu era criança. tenho uma teoria que fui queimada na fogueira umas vidas atrás.
o chato é que conforme o tempo passa, vou sendo menos bruxa. me pego duvidando do meu poder intuitivo e me apegando à coisas mais racionais, o que é uma grande maluquice. na racionalidade, a vida fica limitada por demais. gosto não.
as cartas de tarot de Leonora foram um dos caminhos que a artista trilhou pra investigar e estimular seu inconsciente. nesse caso, através das figuras arquetípicas dos 22 arcanos maiores.
sabemos que não temos acesso direto ao inconsciente, mas temos caminhos pra chegar lá. jungzinho diz que os sonhos são uma bela opção.
através deles, partes do inconsciente se fazem conscientes. como não desfrutamos da capacidade de compreender racionalmente nosso inconsciente, as mensagens chegam na forma de símbolos. resta pra gente, interpretá-los. num sonho, tudo é simbólico e não racional.
não é coisa simples compreender o que existe lá no fundo, e a maior parte de nós (eu inclusa, muito) não têm a menor noção das suas questões mais profundas. anotar os sonhos pode ser uma ferramenta bizarramente eficaz pra se conhecer.
o mundo onírico é livre, realidade expandida, desorientada E de infinitas possibilidades. é fora do espaço-tempo. por mais alucinante que seja uma situação, a gente embarca, sem julgamentos.
o mais louco é que de alguma forma, a gente realmente vive o que acontece ali, afinal, as sensações são reais.
um caderninho antigo com anotações das aulas do Marcelo Schenberg (já falei dele aqui):
"assim como as verdades são ficções do racional, as ficções são verdades do imaginal"
daí outra assim:
"tudo que sabemos, percebemos e sentimos passa primeiramente por uma organização psíquica para que possa “acontecer” de fato. toda noção na nossa cabeça é baseada na fantasia da mente"
assim……............…..
nas aulas, Marcelo também falava sobre como podemos — e precisamos — exercitar nossa capacidade negativa (uma teoria do psicanalista inglês Wilfred Bion), que segundo minhas notas, é "quando uma pessoa é capaz de estar em incertezas, mistérios e dúvidas sem qualquer tentativa impaciente de alcançar o fato e a razão." ou seja, ser capaz de deixar o desconhecido existir dentro da gente.
enquanto sonhamos, aceitamos o desconhecido de braços abertos. não é preciso escolher um lado da história, uma coisa ou outra. lá, vivemos um rolê surreal, onde dá pra ser esse E esse também. ambas as coisas. todas elas.
daí que Leonora me fez voltar pra um livro que tava aqui em casa faz tempo. tinha lido o começo de “Jung e o Tarot” uns anos atrás e deixei descansar, pois, livros densos. tô no início da releitura e (re?)aprendi a história simbólica d’O Louco, a carta 0 do tarot. ele “se apresenta como ponte entre o mundo caótico do inconsciente e o mundo ordenado da consciência”. também que “sendo louco, tem o bom-senso de não se levar a sério. sabe que o mais alto conhecimento é admitir a ignorância — condição necessária de todo o saber”.
o louco é que o arquétipo do louco tá bem presente na escritora de outro livro que ressuscitei esses tempos: a autobiografia da Rita Lee. me diverti horrores lendo.
achei que era o momento de Ritinha, depois que Vitor, que ama muito os Mutas, me apresentou a discografia. vez ou outra é trilha sonora do dia em casa.
fiquei orfã de Rita quando terminei o livro. não demorou muito pra eu sonhar com ela, que lá era minha avó e pintava muito na sala de casa, enquanto eu catalogava seus trabalhos.
nos divertimos horrores. very nice pra xuxu. ♡
três coisas que quero ler mas não deu tempo ⦙
. “Fora do tempo. É possível ter uma relação diferente com o calendário, longe da lógica da pressa e dos boletos; os antigos maias ajudam a entender como” [Na Elástica]
. “Why People Are So Awful Online” [No NYT]
três newsletters que dão quentinho no coração ⦙
três coisas pra ouvir ⦙
. esse é o vídeo mais lindo do mundo. daí que né:
. ♡
. playlist da Arlo Parks com músicas que ela ama muitão:
três coisas pra assistir ⦙
. amei isso.
. fiquei 6 minutos e 31 segundos hipnotizada por esse filme, criado e escrito por Solange Knowles (o projeto é da Saint Heron, sua agência focada em arte e design), pra edição 2021 do Prêmio Internacional Woolmark. mais infos nessa matéria da Dazed:
três links sobre sonhos ⦙
. sonhar acordada, por que não?
. FIM.
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obrigada por ler o Confusa, até mês que vem.
Jess,