sobre não saber nada dessa vida
sobre não saber nada dessa vida e links maravilhosos pra não perder o costume ✨
Letrux escreve, eu amoleço. sempre. vê só:
"Me maravilho com gente com muito conhecimento, sempre me apaixonei por gente excelente em alguma coisa, talvez pra compensar minha banalidade e insuficiência em tudo. Mas quando percebo que as pessoas não conseguem falar “Não sei”, nunca, nunquinha da silva, minha paixão começa a efervescer, tipo vitamina C, dessas que você coloca no copo e se você não toma tudo na mesma hora, diz que dez minutos depois já não tem nenhum efeito, é só uma água com gosto muito fake de laranja. Eu não sei de nada mas acho que quero vitaminas e não gostos artificiais."
coisa linda e desconfortável essa de não saber.
das muitas que não sei, uma é nadar. aqui é sol-vênus-mercúrio-júpiter-plutão em escorpião. ou seja, das profundezas. mas tem que dar pé — caprica no ascendente.
desajuizada que sou, mergulhei da minha cama mesmo em ‘tudo que já nadei’. recomendo. tipo de leitura que, de tão boa, se faz de uma vez só. percebi que tá virando costume, com Pagu, Patti e Pillar fiz o mesmo. já Wislawa, indico uma dose de poema 1x ao dia, de preferência pela manhã.
pois bem, cês lembram que já falamos de ‘água viva’ aqui, né?! nesse, me demorei. Clarice escreve sobre o ‘atrás do pensamento’, e o mergulho com Letrux trouxe a mesma sensação: estar dentro de pensamentos, que se transformam em ideias pra depois serem palavras.
dentro dos pensamentos com Clarice é frenesi. com Letrux, calmaria.
brisas literárias à parte, me despedi na última edição dizendo que a gente se via em algum dia de abril e cá estamos em junho. estive sumidinha porque andei mais confusa que de costume. me juntei ao coro do apreço pelo desconhecido e aceitei o momento do não saber.
“Confio na minha incompreensão que tem me dado vida liberta do entendimento.”
não sou eu quem tá dizendo, é Clarice.
senti que tentava encaixar o Confusa em algo que não sei o que é, pra atender à expectativas que nem sei quais são. (Fernanda, minha analista, diria que tem a ver com o peso que o olhar do outro tem sobre mim, resultando numa inflada autocrítica.)
daí que esse tempinho longe me fez entender que o Confusa é feito pra coisa nenhuma, só pra existir mesmo. escrevo pra me entender e pra aprender sobre qualquer coisa que me toque. é um caminho pra dentro.
pra isso acontecer, preciso estar perto de mim. e estar perto é esforço diário.
é ter olhos pra interessância de todas as coisas, todos os dias. coisa de coração escancarado.
ter olhos inclusive pros vazios, deixar que se façam presentes.
o nada pode ser tudinho.
se a gente fica mais ou menos, a vida acontece mais ou menos.
e a gente não sabe de nada mesmo. sabe é de si, se tiver sorte.
‘escrevo-te em desordem, bem sei. mas é como vivo’.
Clarice escreve, eu amoleço. ♡
links maravilhosos pra não perder o costume ⦙
⦙ esse projeto da fotógrafa Maria Clara Macrì, que capturou mulheres nuas em seus quartos. é como se o espaço que criamos à nossa volta, onde experimentamos e descobrimos nossa identidade, nos vestisse. tem entrevista com ela na Dazed.
⦙ texto da Fefe Resende com idéias e práticas pra cultivar bem-estar online. venho pensando um tantão sobre esse estar virtual permanente. tô aprendendo a diferenciar tempos internos e externos. o interno só faz sentir fora da internet (me refiro principalmente às redes sociais), aquele tempo sem tempo, bom d+.
⦙ a revista presente é uma publicação trimestral, gratuita e digital, com foco em correspondências e outros formatos de textos e produções feitas entre duas ou mais pessoas. coisamaislinda.
⦙ xonada na johanna e na gato sem rabo, sem condições.
⦙ se você assina a prime video, vai correndo assistir ‘Maria - Não esqueça que eu venho dos trópicos’. Maria Martins foi uma das maiores escultoras do Brasil, integrou o rolê surrealista (e já que nois gosta de uma fofoca edificante, teve até um romance secreto com Duchamp).
⦙ tava sem chorar fazia uns meses, até assistir Paris, Texas. foram só duas lagriminhas mas já valeu. oficialmente cadelinha de Wim Wenders.
⦙ Marina Perez Simão, achei lindo. mais em vídeo aqui.
⦙ as influências musicais do Basquiat, parte 1, 2 e 3. ele dizia que ‘arte é como decoramos o espaço, música é como decoramos o tempo.’ quem concorda, respira.
⦙ falando em música, ouvi muito esse EP do FCB nas últimas semanas:
⦙ canal do ed sullivan show com 32891372 perfomances de ícones do jazz e +ummontedecoisa. (melhores dicas musicais são da semibreve, sempre. dora, não te conheço mas te amo)
⦙ essa apresentação do tyler no grammy 2019 é tão boa, só fui ver esses dias. tem álbum novo vindo aí, né?! ansiosaaaaaa
⦙ tela cheia, fone de ouvido e respira junto até o fim da última animação que Vitor, meu namorado (🥰), fez:
volto já.
obrigada por ler o Confusa,
Jess.